O futebol rapidamente se tornou uma paixão para os brasileiros, que frequentemente referem-se ao país como "a pátria de chuteiras" ou o "país do futebol". Segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, o futebol movimenta R$ 16 bilhões por ano, tendo trinta milhões de praticantes (aproximadamente 16% da população total), 800 clubes profissionais, 13 mil times amadores e 11 mil atletas federados.
História
Na década de 20, os negros começaram a ser aceitos em outros clubes, e o Vasco foi o primeiro dos clubes grandes a vencer títulos com uma equipe repleta de jogadores negros e pobres.
Durante os governos de Vargas (principalmente) foi feito um grande esforço para alavancar o futebol no país. A construção do Maracanã e a Copa do Mundo do Brasil (1950), por exemplo, foram na Era Vargas. Em 1952, quando a população ainda lamentava a perda da Copa do Mundo de 1950, o Fluminense Football Club elevou a autoestima do povo carioca conquistando no grande estádio a Copa Rio Internacional, embrião da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Com Castilho, Píndaro, Bigode, Telê e vários outros, com Zezé Moreira no comando, o Tricolor passou por Sporting Lisboa, Grasshoppers, Peñarol, Austria Vienna, e ao vencer o Corinthians na final, conquistou essa importante taça para o Brasil.
A vitória no Mundial de 1958 pela seleção, com um time comandado pelos negros Didi e Pelé, pelo mulato Garrincha e pelo capitão paulista Bellini, ratificou o futebol como principal elemento da identificação nacional, já que reúne pessoas de todas as cores, condições sociais, credos e diferentes regiões do país.
Tradicionalmente tem-se como maiores destaques do futebol nacional os times do Santos e Palmeiras, ambos possuidores de 8 títulos nacionais reconhecidos.
Transferências internacionais
Desde o início do século XXI, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de jogadores.[3] Nos últimos anos, a saída de jogadores movimentou mais de 440 milhões de dólares, se tornando um dos principais produtos de exportação do país, ultrapassando produtos como banana, maçã e uva.[4] Desde que o Banco Central começou a registrar a venda de atletas para o exterior, em 1993, as exportações já somam dois bilhões de doláres.[5] O principal destino dos jogadores é Portugal: em 2008, 209 futebolistas se transferiram para o país.[6] A Europa é a maior importadora de atletas brasileiros: dos 1.176 que saíram do Brasil em 2008, 762 tiveram como destino a região. Em segundo lugar vem a Ásia, com 222 jogadores.[7] A transferência de brasileiros para o exterior é tão generalizada que o presidente da FIFA, Joseph Blatter, chegou a afirmar que um dia "todas as seleções do mundo jogarão apenas com brasileiros."[8]Apesar desse panorama, os altos valores negociados não refletem uma grande valorização do atleta brasileiro quando atuando no país. A alta quantia é muito mais pela grande quantidade de jogadores negociados, já que até hoje poucos clubes brasileiros conseguiram cifras significativas na venda de um único jogador. Na lista das dez maiores transferências da história do futebol, não se encontra nenhum brasileiro negociado por um time nacional.[9] A desvalorização do jogador brasileiro quando fora na Europa tem no caso de Kaká seu exemplo mais explícito: ganhador do prêmio de Melhor Jogador do Ano em 2007 pela FIFA e um dos atletas mais valorizados atualmente, ele saiu do São Paulo para o Milan por apenas US$ 8,25 milhões, o que levou a Silvio Berlusconi, presidente do clube milanês, a declarar: "Foi a maior contratação da história do Milan. E a preço de banana."[9]
Para os clubes, a culpa de tal êxodo é da Lei Pelé. A Lei 9.615/98, mais conhecida pelo nome de seu criador, Pelé, entrou em vigor em 26 de março de 2001, instituindo o passe livre. O passe, que era o vínculo do jogador com o clube, passou a ser substituído por um vínculo trabalhista e desportivo, permitindo que um jogador sob contrato fosse contratado por outra equipe mediante o pagamento de uma clausula penal.[10] Segundo os clubes, a Lei Pelé enfraqueceu as agremiações, por não haver uma legislação específica voltada para resguardar os interesses dos mesmos.[5] Para os atletas, o fim do passe representou o fim de um vínculo injusto, onde o time era o único com o poder de decisão sobre o futuro de seus jogadores.[10] Com o grande êxodo de jogadores nos últimos anos, iniciou-se um debate para mudar certos pontos da Lei Pelé.[11][12][13]
O êxodo de jogadores, sobretudo aqueles menores de idade, é palco de muitos debates no país, principalmente sobre as consequências que isso estaria gerando ao estilo do futebol brasileiro. Segundo alguns especialistas, a ida prematura a Europa acabaria por modificar o jogador brasileiro, que é lapidado na forma europeia de jogo, focada mais na parte defensiva e tática do que na habilidade propriamente dita. Tal opinião é compartilhada por técnicos como Carlos Alberto Parreira, tetracampeão mundial com a seleção brasileira e Vanderlei Luxemburgo, cinco vezes campeão brasileiro. Para Parreira, este é um problema que "pode acabar afetando seriamente o futebol brasileiro num futuro próximo."[14]
Ano | Nº de jogadores | Valor (US$)[5] | Ano | Nº de jogadores | Valor (US$)[5] | Ano | Nº de jogadores | Valor (US$)[5] |
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1985[15] |
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1986 |
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1987 |
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1988 |
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1989 |
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1991 |
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1992 |
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1993 |
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1994 |
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1995 |
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1998 |
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1999 |
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2000 |
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2002 |
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2003 |
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2004 |
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2005 |
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2006 |
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2007 |
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2008 |
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2009 |
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Estatísticas das transferências internacionais de futebolistas brasileiros (em milhões)
Seleção Brasileira
A equipe nacional do Brasil também conquistou a Copa América em oito ocasiões, a Copa das Confederações em três, mas embora nunca conquistado a medalha de ouro, concedida aos campeões do futebol nos Jogos Olímpicos, conquistou duas medalhas de prata por vice-campeonatos e duas de bronze por terceiros lugares.
Atualmente, a maioria dos jogadores que são convocados para participar do time nacional do Brasil, atuam em equipes do exterior, porém, no geral, o Flamengo é o clube que mais cedeu futebolistas para a seleção, com cento e vinte jogadores tendo atuado pelo país.[25]
Em Copas do Mundo, o Botafogo é o clube com o maior número de convocações, quarenta e seis até 2006.[26] Já o Santos é o clube que teve o maior número de jogadores campeões do mundo pelo Brasil enquanto defendiam o clube, onze no total.
Os maiores rivais do Brasil são a Argentina e o Uruguai no continente americano. Além destes, são adversários tradiconais as européias, Inglaterra, Itália, França, Alemanha e a Holanda, em função dos confrontos realizados em copas do mundo.
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